COLEÇÃO DE ARTE LUCIANA CONDE


trabalho de Cristina Motta













 


 
A Coleção de Arte Luciana Conde chega em um momento de grande mapeamento e divulgação da arte brasileira contemporânea. Com projeto assinado pelo arquiteto Celso Rayol, a galeria transmite uma atmosfera com proporções e características de uma casa, valorizando as obras apresentadas.

A exposição, que abre para o publico no dia 27 de maio apresenta trabalhos de três artistas: Anita Fiszon, Cristina Motta e Vera Goulart.

Na coletiva, Anita Fiszon apresenta obras da série Paisagem com objetos tensionados, todos feitos com pigmentos naturais, vergalhão, barbante, linha de bordar, panos, madeira e elásticos. A artista trabalha com a desconstrução de telas apresentando assim novas modalidades e formas: objetos, instalações e imagens. Rompendo com a unidade da tela, Anita passa a operar com mais um elemento: o vazio.

Cristina Motta apresenta fotos que estabelecem ligação entre a pintura e a fotografia a partir da manipulação de imagens, com desconstruções que formam a imagem final. As fotografias são feitas no cotidiano e depois trabalhadas individualmente.

Vera Goulart exibe um objeto-instalação inédito, chamado A Rainha das Minhocâncias e o Coração Dourado além de desenhos, entre eles o Abandono apaixonado pelo amor. Com forte influência do teatro contemporâneo, a artista diz que sua obra remete a um erotismo debochado carregado de humor negro.

A inauguração da Coleção de Arte e o vernissage da mostra coletiva aconteceram no dia 26 de maio. Para o público, a exposição abriu no dia 27 e termina no dia 31 de julho.



Sobre as artistas:

Anita Fiszon:
Mestre em Ciência da Arte, UFF, pós-graduada em História da Arte e Arquitetura no Brasil, PUC-Rio e formada pela Escola de Belas Artes, UFRJ. Já participou de exposições individuais como “Paisagem” no Espaço Furnas Cultural (2008), “1 dois e 4 zeros”, no Castelinho do Flamengo (2003) e as coletivas “20 por 20” no Atelier da Imagem (2005) e “Pintura por fora da pintura”, na Galeria do Poste (2004)

Cristina Motta:
Iniciou na fotografia em 2002 de forma intuitiva, fazendo os registros do trabalho de Artur Barrio na Documenta 11, Kassel, em Berlim. Depois desse contato com a fotografia, começou a desenvolver um trabalho autoral, a construir e desconstruir a imagem até chegar a imagem final. Em 2007 participou da 1ª Bienal de Búzios.

Vera Goulart:
Artista autodidata, a carioca que mora na Suíça expõe há 30 anos e desenvolve seu trabalho artístico em desenho, pintura, escultura, instalação, performance e poesia. Já participou de mostras individuais e coletivas de galerias de Museus de diversos países, como a Bienal de Cerdeira em Portugal (2009), no Museu Nacional de Belas Artes (2002) e no Museu Brasileiro de Escultura (2002). Ganhou em 2008 o prêmio da Bienal Brasileira da Bélgica com a instalação “Nós as macacas da Amazônia”. Os desenhos de Vera Goulart estão ligados a transformação de fatos e objetos do dia a dia com forte evidência do surrealismo.
Contacts: Tel: 00 55 (21) 2551-0641

CATADORA DE VÔNGOLE

DASARTES Nº3  10/04/2009             

Catadora de vôngole, 2008 (Cristina Motta)
Câmera, filme e um par de olhos bem abertos: esses são os materiais utilizados por Cristina Motta na produção de sua arte. Se a pintura deixou de se ater ao registro da realidade com o surgimento da fotografia, muita desta passa a se assemelhar à pintura, num movimento de influência direta entre as duas linguagens. Ao olhar para o trabalho de Cristina, parece que estamos diante de uma fotografia-pintura, ou vice-versa. “Eu pinto a imagem, o meu negócio é a cor”, diz a fotógrafa.

De posse de sua Nikon N80, a artista sai em busca de imagens inusitadas. Este trabalho, da série Catadoras de Vôngole, surgiu a partir da observação direta destas mulheres no seu ambiente de trabalho. “O mar, a sombra, a correnteza, a crispação causada pelo vento; tudo vale um olhar e um click”.
Grande incentivador e influência direta, o artista Artur Barrio convidou Cristina para fazer imagens de suas intervenções nas ruas; a partir daí, ela nunca mais largou a câmera. Logo, a fotógrafa sentiu necessidade de realizar um trabalho mais autoral: “decidi ser artista por ter muitas ideias para expressar, necessito criar”. Outra influência constante em seu trabalho é o fotógrafo Fernand Fonssagrives (1910-2003), o mestre da luz. Segundo Cristina: “Arte é uma ideia, uma obra, uma imagem, uma forma de expressão que atinge a plenitude do tempo”.


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